Dora Deise Stephan Moreira

RESUMO

O presente trabalho versa sobre as transformações por que passaram a relação do homem com o sagrado, desde os primórdios até os dias atuais. Na pré-história essa relação se dava, essencialmente, de forma a garantir a sobrevivência dos hominídeos, diante das intempéries da natureza. Num estágio mais avançado, houve uma intensificação dessa relação, uma vez que o homem das sociedades arcaicas passou a atribuir um sentido sagrado a tudo que estava ao seu redor, através das hierofanias. Veneravam-se deuses por intermédio de totens, extraídos do próprio meio ambiente. Com o advento das religiões de salvação, que tiveram no Cristianismo seu maior expoente, surgiu o elemento mediador entre o homem e o sagrado, representado, sobretudo, pelos profetas e sacerdotes. Por um longo tempo, as identidades religiosas possuíram um caráter mais fixo e permanente. Gradativamente, foi dando-se o processo de secularização da sociedade, fator que, dentre outros, ocasionou mudanças substanciais no campo religioso, impactando sobremaneira essas identidades. Os arautos do sagrado foram se transmutando. Com o aumento populacional, para se chegar até os fiéis tornou-se necessário o trabalho de mediadores mais portentosos: os veículos de comunicação. O foco de nossa pesquisa é a mediação televisiva e o peso que ela exerce na formação identitária religiosa na contemporaneidade. Deter-nos-emos na análise dos programas televangélicos, os quais representam anualmente cerca de cinco mil horas da programação dos canais abertos, conforme dados do OBITEL – Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva. Nesse vasto universo, escolhemos como recorte empírico os programas Fala Que Eu Te Escuto (IURD/Rede Record) e Direção Espiritual (Igreja Católica/TV Canção Nova). Para interpretá-los, utilizamos princípios da Análise de Conteúdo, metodologia que tradicionalmente, desde a sua primeira aplicação, vem possibilitando a análise verticalizada de mensagens religiosas.

Leia a dissertação <<< Do sagrado tribal ao sagrado midiático: o televangelismo e a formação identitária religiosa >>> por Dora Deise Stephan Moreira completa

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