Este texto questiona a religião como espaço típico dos estudos de comunicação voltados para o estudo da centralidade da comunicação na compreensão dos processos sociais. Pressupõe-se que o mundo religioso bordeja os limites da comunicabilidade, tanto quanto da incomunicabilidade. Na tensão entre a conversão e o dogma, distinguem-se as relações religiosas pela dependência de processos comunicacionais, ao mesmo tempo em que carecem fortemente do silenciamento no âmbito do dogma, para a manutenção das identidades e instituições. Por ser lugar da realização e da manutenção de limites comunicacionais, é o mundo religioso, hipoteticamente – melhor até do que as mídias –, o lugar por excelência da investigação pelo especificamente comunicacional na sociabilidade contemporânea. Assim, as possibilidades e limites da dialogicidade humana podem, por isso, ser tensionadas com grande visibilidade metodológica no campo religioso, especialmente no contexto de pluralidade e diversidade religiosa das sociedades contemporâneas.
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