Este trabalho tem o objetivo de investigar como o jornal Expositor Cristão se posicionou política e ideologicamente no período da ditadura civil-militar, tendo em vista os casos de violação de direitos humanos do regime contra metodistas. Para isto, buscou-se identificar e analisar as influências precursoras de uma memória silenciada, à luz das novas revelações sobre a época, tornadas possíveis, em especial, pela Comissão Nacional da Verdade. O referencial teórico busca o diálogo entre os estudos sobre o protestantismo brasileiro e as mídias cristãs no Brasil com abordagens em torno de memória e silenciamento e a constituição de estruturas de sentimento, valendo-se das contribuições dos Estudos Culturais. O trajeto metodológico para o alcance do objetivo toma por base pesquisas bibliográficas e documental e a Análise do Discurso da Escola Francesa. A delimitação do corpus de análise tem como amostra o referido jornal em 146 edições publicadas entre 1968 e 1974, tendo como foco os ditos e os não-ditos sobre o fechamento da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista em 1968, repressão a membros da igreja com prisão, tortura, desaparecimento e mortes, além do início da abertura democrática com a presidência do evangélico Ernesto Geisel, em 1974. A pesquisa mostrou que o posicionamento de jornais protestantes, em particular o Expositor Cristão, foi de apoio ao regime militar. Movidos pelo sentimento do anticomunismo e pela ética moralista religiosa, houve aval e auxílio por parte de lideranças da Igreja Metodista e seu informativo para que crimes fossem cometidos durante a ditadura.
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