Rodrigo Follis

 Resumo

A presente tese discute a transmissão da memória religiosa do adventismo brasileiro, com foco no uso dos instrumentos comunicacionais eletrônicos (rádio, televisão e internet). O pano de fundo teórico se baseou nos aspectos da memória e da transmissão religiosa, principalmente sua tensão entre a continuidade e a ruptura dentro do processo modernizante. Para tanto, escolheu-se a sociologia da memória e da transmissão religiosa halbwaquiana. Essa junção nos permitiu analisar como a teologia do grupo estudado articula eventos do passado para justificar crenças e hábitos do presente. A delimitação do corpus foi encontrada na Revista Adventista, entre os anos de 1906 e 2010, a qual foi utilizada como um espelho de uma realidade maior, portadora das transições e continuidades do discurso. O trabalho se estrutura por meio de uma análise de conteúdo em conjunto com uma abordagem qualitativa sobre os discursos. A lógica dos capítulos se inicia com a construção historiográfica do pensamento e desenvolvimento do adventismo brasileiro e mundial para, depois, incluir os exemplares da publicação que abordassem aspectos da utilização da memória fundante do grupo, assim como todas as aparições dos termos “rádio”, “televisão” e “internet”. Como parte dos resultados, notamos como a concepção mantida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) em se produzir uma pregação racionalista, baseadas na leitura e na busca pela “correta” interpretação do texto bíblico, traz algumas características importantes a esse movimento, moldando sua missiologia e visão de mundo. Foi visível o uso do passado fundante, através de relatos sobre os pioneiros, principalmente Ellen G. White. Vimos também que existe ressignificações de algumas bases constitutivas da identidade do movimento ao longo do tempo, que desafiam a denominação na sua tentativa de permanecer fiel à sua mensagem fundante. A pesquisa revelou uma relação ambígua do adventismo brasileiro com os meios de comunicação, o que se associa com as tensões provindas da modernidade. Existe uma tensão vivida pela memória do movimento brasileiro quanto ao uso e recusa dos instrumentos comunicacionais. Essa relação se dá principalmente devido a uma visão utilitarista, que vê na mensagem proferida, e não no meio em si, perigos a se evitar por parte do movimento.

Leia o artigo <<<Memória, mídia e transmissão religiosa: estudo de caso da Revista Adventista (1906-2010)>>> no Mídia, Religião e Sociedade ou baixe diretamente no repositório institucional da Universidade Metodista de São Paulo.

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